terça-feira, 19 de janeiro de 2010

LUZ

Lá no fundo, lá bem longe, mesmo a perder  de vista, cuidas haver algo mais, que te impele, que te impurra que te te leva a procurar. Assim, mesmo caído, sentindo-te bem na lama, sacode-la, tentas erguer-te, fitas o tal infinito e meio a cambalear, lá vais tu, na demanda desse ponto, que te atrai e te seduz. Por momentos já esqueces-te onde já havias estado, caido, elameado, sem nada te seduzir, perdido até de ti próprio. E lá vais, pé, ante pé, não vás caír outra vez. Vais esticando sempre o braço na ansia de o alcançar. Já visivel, é verdade, mas tão longe, sempre longe. Ciente do teu caminho, penoso e sofredor, perseguê-lo como louco, um demente, um sonhador que nesse imaginário ponto há-de um dia, sabe-o bem, depositar toda a dor e então nu de sofrer, deixar-se cair em paz, pra viver, sabe-se lá, ou então...para morrer.

Sem comentários:

Enviar um comentário