quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

BRUMA

O que esperas mantilhão perdido na imensa bruma, que de cajado na mão, orientas para o além a desmesurada visão de um querer enganador, composto de imensa dor, descuido de um orgulho de que tu sabes tão bem, ser o mal do teu sofrer? Vais penosamente arrastando o fardo nas tuas costas que te queima o coração. Mantilhão és perdedor. O cajado não te ajuda, só te alivia um pouco o que sabes como ninguem, o mal que a desgraça tem, o não querer ver mais além, um pouco mais, da penumbra, que te cega, que te amarra e que te entrega à dor que honrosamente ostentas com cara de sofredor.