sexta-feira, 6 de novembro de 2009

BOTA VELHA

Bota velha, que sem descanso, lentamente, vais calcorreando ruas e ruas, olhando pasmada algumas portas onde já tiveste acesso , onde foste mesmo admirada. Hoje, já lá não entras. Calçada por outros pés, encontrada algures perdida, mesmo assim aínda tiveste serventia. Sabes que um dia, quando quase nada de ti restar, para lá voltarás, então, já sem niguém que te queira.
Choras o tempo passado e lamentas o presente. Toda a gente te vira a cara com gestos de repugnância, pudera, o teu aspecto já ninguém cativa. Distância, apenas distância é o que as pessoas de ti querem, enquanto vais exibindo um rombo do tamanho daquele que te consome as entranhas.
Nefasta a vida, velha bota. Podes, no entanto, orgulhar-te do passado que já tiveste. Quantos poderão dizer o mesmo?

2 comentários:

  1. Bota velha, bota pra frente. Que o orgulho e a altivez sejam em ti presença constante. Mesmo as velhas botas, com simples ou mais profundos reparos, se transformam em novas e atraentes.
    Mais, isto é pura poesia!

    ResponderEliminar
  2. BOTA VELHA, PUDERA QUE JÁ NINGUÉM TE QUEIRA DEVES CHEIRAR A CHOLÉ....

    EU PERCEBI A IDEIA, MAS CONVENHAMOS QUE A COMPARAÇÃO COM UMA BOTA VELHA NÃO FOI LÁ MUITO FELIZ, DEPOIIS CLARO QUE APARECEM POR AÍ UNS E OUTROAS A MANDAR UMAS BOCCARRAS

    ResponderEliminar